Este é o primeiro passo; a mobilização deve continuar
Hoje (dia 30) os trabalhadores realizaram manifestações contra as demissões, por estabilidade no emprego e outras reivindicações em todo o país. O dia de protesto, organizado pelas centrais sindicais, movimentos sociais e estudantil e partidos de esquerda, contou com manifestações, fechamento de rodovias, assembléias e paralisações em locais de trabalho em todas as capitais brasileiras.
A manifestação nacional ocorreu em São Paulo, com uma passeata que durou cerca de cinco horas e reuniu cerca de sete mil pessoas – a organização chegou a anunciar dez mil, quando a passeata percorria a avenida Paulista. A atividade teve início na Avenida Paulista realizando protestos em frente à FIESP, o Banco Central, a Caixa Econômica Federal. Desceu ainda a rua Consolação, com encerramento em frente ao Teatro Municipal, no centro da cidade.
O protesto nacional foi organizado por 21 entidades, entre elas a CONLUTAS, CTB, CUT, FORÇA SINDICAL, INTERSINDICAL, CGTB, NCST, Assembléia Popular, Cebrapaz, CMB, CMS, CONAM, CONLUTE, MST e MTST.
Essa foi a primeira mobilização unificada desde o anúncio da crise econômica. De acordo com o dirigente da Conlutas, Zé Maria, foi um grande dia de luta. “Conseguimos a unidade de ação sabendo preservar as diferenças. Mas é necessário dar o próximo passo na luta contra as demissões: todas as centrais sindicais precisam exigir que o governo Lula garanta uma lei que garanta a estabilidade no emprego”, ressalta Zé Maria após a manifestação.
30 de março: o dia nacional de luta nas capitais
(cobertura ainda parcial)
SÃO PAULO
GM de SJC - No estado de São Paulo as manifestações começaram cedo. Cerca de 2 mil trabalhadores da GM – turno da manhã – realizaram um protesto na avenida General Motors, paralela a via Dutra, na madrugada desta segunda-feira para abrir o Dia Nacional de Lutas. O ato foi organizado pelo Sindicato dos Metalúrgicos de São José, filiado à Conlutas. Os metalúrgicos fizeram uma passeata que percorreu aproximadamente dois quilômetros. Com faixas e bandeiras, os operários protestaram contra as 802 demissões realizadas pela montadora no começo do ano e a ameaça de novos cortes. Na última sexta-feira, a GM prorrogou, pela quarta vez, a licença-remunerada de um grupo de 600 trabalhadores da planta de São José dos Campos. O Sindicato teme novas demissões e já marcou uma assembléia com todos os metalúrgicos afastados da empresa.
Rodovias - O MTST e entidades que participam do dia de luta, “trancaram” estradas importantes rodovias no estado de São Paulo para denunciar os efeitos da crise sobre os trabalhadores. Entre a rodovias que tiveram o tráfego interrompido estavam a Anhangüera, na altura de Sumaré, a Francisco Morato, a Régis Bittencourt e a avenida dos Autonomistas. Também foram realizadas manifestações em frente as prefeituras de Osasco e Guarulhos.
Campinas – Os trabalhadores terceirizados da Petrobrás realizaram assembléia para marcar o dia e protestos. Além disso, houve agitação em fábricas químicas e operação tartaruga na Unicamp.
Bauru – Um ato no centro da cidade contou com a organização de centrais sindicais e movimentos sociais.
RIO GRANDE DO SUL
Porto Alegre - Uma grande manifestação reuniu mais de 6 mil pessoas em Porto Alegre. A passeata saiu do prédio administrativo da Gerdau em direção à área de concentração bancária, onde foram realizadas pequenas paralisações. Os protestos foram contra a crise e as demissões, por emprego e salário, pela manutenção e ampliação de direitos, pela redução dos juros e da jornada de trabalho sem redução de salários, pela reforma agrária e em defesa dos investimentos em políticas sociais.
Depois, os manifestantes seguiram até o Palácio Piratini onde se encontraram com os estudantes e os servidores públicos e realizaram o ato final contra a crise e contra a governadora Yeda Crusius. Nos discursos as lideranças sindicais e estudantis pediam “Fora Yeda”. Os manifestantes denunciaram as acusações de corrupção e desvio de verbas de várias áreas do governo, assim como o fechamento de escolas e a instalação de salas de aula em containeres, “as salas de lata”.
Participaram da manifestação diversas entidades. Entre elas, CONLUTAS, CUT, CTB, MST, VIA CAMPESINA, MTD, INTERSINDICAL, CPERS, GRÊMIOS, DCE UFRGS.
RIO DE JANEIRO
Atividade unitária reuniu 3.000 pessoas. A passeata tomou conta da avenida Rio Branco com parada em frente ao BNDES e à Petrobrás. A presença dos estudantes chamou atenção na manifestação carioca. Participaram: CONLUTAS, CTB, CUT, FORÇA SINDICAL, INTERSINDICAL, UGT, CONDSEF, DCE/UFF, DCE /UFRJCMP, CPM, MTD, MST, LS, UJC, PCB, PC do B, PSOL, PSTU.
BRASÍLIA
Ato reuniu 500 pessoas em frente ao Banco Central. Depois os manifestantes, com faixas e bandeiras, foram em passeata para a Esplanada dos Ministérios e encerraram a atividade em frente ao Supremo Tribunal Federal.
Participaram da manifestação CONLUTAS, FORÇA SINDICAL, CTB, CGTB, NCST, INTERSINDICAL, CUT, SINTFUB, SINDESEP, Sindicato dos Bancários, CONDSEF, FETRAF, Assembléia Popular, MST e MTD.
RIO GRANDE DO NORTE
Natal – Nesta capital os protestos também começaram no amanhecer. Houve atraso nos trens urbanos e na abertura do Detran, da Funasa, do Incra e do Inss. Além disso aconteceu um protesto com paralisação no HSBC e houve agitação e panfletagens nas garagens de ônibus e na industria têxtil.
Às 14h houve um ato unificado na praça Gentil Ferreira, seguido de passeata, com a presença de 600 pessoas. A atividade foi organizada pela CONLUTAS, CTB, IINTERSINDICAL, MST, CMP e FORÇA SINDICAL.
PERNAMBUCO
Recife - Uma manifestação reuniu cerca de 300 pessoas na porta da FIEPE (Federação das Industrias de Pernambuco). Um manifesto foi entregue aos empresários denunciando as demissões e alertando que os trabalhadores não estão dispostos a pagar pela crise. Depois seguiram em passeata até ao Palácio do Campo das Princesas, sede do Governo do Estado. Participaram da atividade: CONLUTAS,CUT,CTB,FORÇA SINDICAL,UGT,NOVA CENTRAL, MST, ANDES,UCS, PCB, PSOL, PSTU, MTL E INTERSINDICAL.
CEARÁ
Fortaleza – Trabalhadores da construção civil paralisaram sete canteiros de obras e, no final da manhã, 700 operários saíram em passeata pela ruas da cidade. A manifestação foi organizada pelo Sindicato dos Trabalhadores da Construção Civil, filiado à Conlutas, e contou como o apoio do Sindicato das Trabalhadoras da Confecção Feminina, da Oposição Rodoviária, da Oposição Sindiute e de militantes do PSTU.
Na parte da a tarde aconteceu ainda uma passeata unificada que contou com a presen~ca de 600 pessoas.
BAHIA
Salvador - Militantes da CONLUTAS realizaram protestos na BR 324. Nessa estrada passam trabalhadores da construção civil, petroleiros, metalúrgicos, químicos, borracheiros. A CUT e a CTB que tinham se comprometido a participar da atividade não foram na manifestação.
MARANHÃO
São Luis – O dia de lutas começou cedo com uma manifestação em frente ao Campus da Universidade Federal do Maranhão, na BR que dá acesso a cidade. 200 pessoas de várias categorias participaram da atividade que contou com a organização da CONLUTAS, da CUT e da CTB. A atividade terminou com um ato na Praça Deodoro.
SERGIPE
Aracaju - Os petroleiros realizaram assembléias para discutir a proposta da empresa e marcar sua participação na manifestação unificada das centrais. Essas assembléias reuniram 700 trabalhadores.
Também ocorreu um ato unificado na Praça da Bandeira, no centro da cidade, que contou com a participação de cerca de 400 pessoas. A atividade foi organizada pela CONLUTAS, CUT, MST, MTU e juventude.
ALAGOAS
Maceió - Agitação no centro da cidade com 50 pessoas.
PIAUÍ
Teresina – Um ato unificado da CONLUTAS, FETAG, MST, CUT, ASNAB, CONAB, SINSEP e outras entidades aconteceu na praça da Liberdade e reuniu 200 pessoas. Em seguida foram em passeata até o Palácio do Karnak, sede do governo estadual, onde fizeram o encerramento da atividade.
PARÁ
Belém – Uma manifestação reuniu duas mil pessoas no centro de Belém. A forte presença dos servidores municipais (Asfunpapa, saúde, educação e outros), que paralisaram suas atividades por um dia, foi destaque no protesto. A atividade foi organizada pela CONLUTAS, CUT, MST e outras entidades.
MINAS GERAIS
Belo Horizonte - Houve uma agitação na praça Sete com a participação de 150 pessoas.
Uberlândia - Apesar das chuvas houve animada mobilização. Reuniram-se na Praça Tubal Vilela, no centro de Uberlândia diversos sindicatos e movimentos, entre eles: CONLUTAS, CUT, FORÇA SINDICAL, SECUA, SIND-UTE, SINTET-UFU, SINTICOM-TAP, STTRU, DCE-UFU, CONTRACS-CUT, TERRA LIVRE, MPRA, MTL, PT, PSTU, PSB.
GOIÁS
Goiânia – Um ato unitário da CONLUTAS-G0, CUT, FORÇA SINDICAL E MST. Partidos presentes: PSTU, PSOL, PCB e PT. A concentração teve início na praça do Bandeirante e, em seguida, todos se dirigiram até a FIEG - Federação da Indústria. Uma nova passeata foi até a praça Cívica (Palácio do Governo), cujo tema central do protesto foi a denúncia do sucateamento e privatização da CELG e pela CPI de seu endividamento.
Estiveram presentes 500 pessoas do STIUEG, SINDQF, SINDIALIMENTO, ANDES, CONLUTE, DCE (estudantes) e Terra Livre, Sem Teto, Sem Terra e os sindicatos SINTEGO, SINTSEP, SINDFESP, SINDSAUDE, filiados à CUT, além da presença de dois parlamentares (PT e PC do B).
FONTE: CONLUTAS
Fotos: Diego Cruz (ato de São Paulo), CTB (ato de Porto Alegre e ato de Belém) e APN (ato do Rio de Janeiro)
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