terça-feira, 31 de março de 2009
Milhares vão às ruas contra a crise e as demissões
Hoje (dia 30) os trabalhadores realizaram manifestações contra as demissões, por estabilidade no emprego e outras reivindicações em todo o país. O dia de protesto, organizado pelas centrais sindicais, movimentos sociais e estudantil e partidos de esquerda, contou com manifestações, fechamento de rodovias, assembléias e paralisações em locais de trabalho em todas as capitais brasileiras.
A manifestação nacional ocorreu em São Paulo, com uma passeata que durou cerca de cinco horas e reuniu cerca de sete mil pessoas – a organização chegou a anunciar dez mil, quando a passeata percorria a avenida Paulista. A atividade teve início na Avenida Paulista realizando protestos em frente à FIESP, o Banco Central, a Caixa Econômica Federal. Desceu ainda a rua Consolação, com encerramento em frente ao Teatro Municipal, no centro da cidade.
O protesto nacional foi organizado por 21 entidades, entre elas a CONLUTAS, CTB, CUT, FORÇA SINDICAL, INTERSINDICAL, CGTB, NCST, Assembléia Popular, Cebrapaz, CMB, CMS, CONAM, CONLUTE, MST e MTST.
Essa foi a primeira mobilização unificada desde o anúncio da crise econômica. De acordo com o dirigente da Conlutas, Zé Maria, foi um grande dia de luta. “Conseguimos a unidade de ação sabendo preservar as diferenças. Mas é necessário dar o próximo passo na luta contra as demissões: todas as centrais sindicais precisam exigir que o governo Lula garanta uma lei que garanta a estabilidade no emprego”, ressalta Zé Maria após a manifestação.
30 de março: o dia nacional de luta nas capitais
(cobertura ainda parcial)
SÃO PAULO
GM de SJC - No estado de São Paulo as manifestações começaram cedo. Cerca de 2 mil trabalhadores da GM – turno da manhã – realizaram um protesto na avenida General Motors, paralela a via Dutra, na madrugada desta segunda-feira para abrir o Dia Nacional de Lutas. O ato foi organizado pelo Sindicato dos Metalúrgicos de São José, filiado à Conlutas. Os metalúrgicos fizeram uma passeata que percorreu aproximadamente dois quilômetros. Com faixas e bandeiras, os operários protestaram contra as 802 demissões realizadas pela montadora no começo do ano e a ameaça de novos cortes. Na última sexta-feira, a GM prorrogou, pela quarta vez, a licença-remunerada de um grupo de 600 trabalhadores da planta de São José dos Campos. O Sindicato teme novas demissões e já marcou uma assembléia com todos os metalúrgicos afastados da empresa.
Rodovias - O MTST e entidades que participam do dia de luta, “trancaram” estradas importantes rodovias no estado de São Paulo para denunciar os efeitos da crise sobre os trabalhadores. Entre a rodovias que tiveram o tráfego interrompido estavam a Anhangüera, na altura de Sumaré, a Francisco Morato, a Régis Bittencourt e a avenida dos Autonomistas. Também foram realizadas manifestações em frente as prefeituras de Osasco e Guarulhos.
Campinas – Os trabalhadores terceirizados da Petrobrás realizaram assembléia para marcar o dia e protestos. Além disso, houve agitação em fábricas químicas e operação tartaruga na Unicamp.
Bauru – Um ato no centro da cidade contou com a organização de centrais sindicais e movimentos sociais.
RIO GRANDE DO SUL
Porto Alegre - Uma grande manifestação reuniu mais de 6 mil pessoas em Porto Alegre. A passeata saiu do prédio administrativo da Gerdau em direção à área de concentração bancária, onde foram realizadas pequenas paralisações. Os protestos foram contra a crise e as demissões, por emprego e salário, pela manutenção e ampliação de direitos, pela redução dos juros e da jornada de trabalho sem redução de salários, pela reforma agrária e em defesa dos investimentos em políticas sociais.
Depois, os manifestantes seguiram até o Palácio Piratini onde se encontraram com os estudantes e os servidores públicos e realizaram o ato final contra a crise e contra a governadora Yeda Crusius. Nos discursos as lideranças sindicais e estudantis pediam “Fora Yeda”. Os manifestantes denunciaram as acusações de corrupção e desvio de verbas de várias áreas do governo, assim como o fechamento de escolas e a instalação de salas de aula em containeres, “as salas de lata”.
Participaram da manifestação diversas entidades. Entre elas, CONLUTAS, CUT, CTB, MST, VIA CAMPESINA, MTD, INTERSINDICAL, CPERS, GRÊMIOS, DCE UFRGS.
RIO DE JANEIRO
Atividade unitária reuniu 3.000 pessoas. A passeata tomou conta da avenida Rio Branco com parada em frente ao BNDES e à Petrobrás. A presença dos estudantes chamou atenção na manifestação carioca. Participaram: CONLUTAS, CTB, CUT, FORÇA SINDICAL, INTERSINDICAL, UGT, CONDSEF, DCE/UFF, DCE /UFRJCMP, CPM, MTD, MST, LS, UJC, PCB, PC do B, PSOL, PSTU.
BRASÍLIA
Ato reuniu 500 pessoas em frente ao Banco Central. Depois os manifestantes, com faixas e bandeiras, foram em passeata para a Esplanada dos Ministérios e encerraram a atividade em frente ao Supremo Tribunal Federal.
Participaram da manifestação CONLUTAS, FORÇA SINDICAL, CTB, CGTB, NCST, INTERSINDICAL, CUT, SINTFUB, SINDESEP, Sindicato dos Bancários, CONDSEF, FETRAF, Assembléia Popular, MST e MTD.
RIO GRANDE DO NORTE
Natal – Nesta capital os protestos também começaram no amanhecer. Houve atraso nos trens urbanos e na abertura do Detran, da Funasa, do Incra e do Inss. Além disso aconteceu um protesto com paralisação no HSBC e houve agitação e panfletagens nas garagens de ônibus e na industria têxtil.
Às 14h houve um ato unificado na praça Gentil Ferreira, seguido de passeata, com a presença de 600 pessoas. A atividade foi organizada pela CONLUTAS, CTB, IINTERSINDICAL, MST, CMP e FORÇA SINDICAL.
PERNAMBUCO
Recife - Uma manifestação reuniu cerca de 300 pessoas na porta da FIEPE (Federação das Industrias de Pernambuco). Um manifesto foi entregue aos empresários denunciando as demissões e alertando que os trabalhadores não estão dispostos a pagar pela crise. Depois seguiram em passeata até ao Palácio do Campo das Princesas, sede do Governo do Estado. Participaram da atividade: CONLUTAS,CUT,CTB,FORÇA SINDICAL,UGT,NOVA CENTRAL, MST, ANDES,UCS, PCB, PSOL, PSTU, MTL E INTERSINDICAL.
CEARÁ
Fortaleza – Trabalhadores da construção civil paralisaram sete canteiros de obras e, no final da manhã, 700 operários saíram em passeata pela ruas da cidade. A manifestação foi organizada pelo Sindicato dos Trabalhadores da Construção Civil, filiado à Conlutas, e contou como o apoio do Sindicato das Trabalhadoras da Confecção Feminina, da Oposição Rodoviária, da Oposição Sindiute e de militantes do PSTU.
Na parte da a tarde aconteceu ainda uma passeata unificada que contou com a presen~ca de 600 pessoas.
BAHIA
Salvador - Militantes da CONLUTAS realizaram protestos na BR 324. Nessa estrada passam trabalhadores da construção civil, petroleiros, metalúrgicos, químicos, borracheiros. A CUT e a CTB que tinham se comprometido a participar da atividade não foram na manifestação.
MARANHÃO
São Luis – O dia de lutas começou cedo com uma manifestação em frente ao Campus da Universidade Federal do Maranhão, na BR que dá acesso a cidade. 200 pessoas de várias categorias participaram da atividade que contou com a organização da CONLUTAS, da CUT e da CTB. A atividade terminou com um ato na Praça Deodoro.
SERGIPE
Aracaju - Os petroleiros realizaram assembléias para discutir a proposta da empresa e marcar sua participação na manifestação unificada das centrais. Essas assembléias reuniram 700 trabalhadores.
Também ocorreu um ato unificado na Praça da Bandeira, no centro da cidade, que contou com a participação de cerca de 400 pessoas. A atividade foi organizada pela CONLUTAS, CUT, MST, MTU e juventude.
ALAGOAS
Maceió - Agitação no centro da cidade com 50 pessoas.
PIAUÍ
Teresina – Um ato unificado da CONLUTAS, FETAG, MST, CUT, ASNAB, CONAB, SINSEP e outras entidades aconteceu na praça da Liberdade e reuniu 200 pessoas. Em seguida foram em passeata até o Palácio do Karnak, sede do governo estadual, onde fizeram o encerramento da atividade.
PARÁ
Belém – Uma manifestação reuniu duas mil pessoas no centro de Belém. A forte presença dos servidores municipais (Asfunpapa, saúde, educação e outros), que paralisaram suas atividades por um dia, foi destaque no protesto. A atividade foi organizada pela CONLUTAS, CUT, MST e outras entidades.
MINAS GERAIS
Belo Horizonte - Houve uma agitação na praça Sete com a participação de 150 pessoas.
Uberlândia - Apesar das chuvas houve animada mobilização. Reuniram-se na Praça Tubal Vilela, no centro de Uberlândia diversos sindicatos e movimentos, entre eles: CONLUTAS, CUT, FORÇA SINDICAL, SECUA, SIND-UTE, SINTET-UFU, SINTICOM-TAP, STTRU, DCE-UFU, CONTRACS-CUT, TERRA LIVRE, MPRA, MTL, PT, PSTU, PSB.
GOIÁS
Goiânia – Um ato unitário da CONLUTAS-G0, CUT, FORÇA SINDICAL E MST. Partidos presentes: PSTU, PSOL, PCB e PT. A concentração teve início na praça do Bandeirante e, em seguida, todos se dirigiram até a FIEG - Federação da Indústria. Uma nova passeata foi até a praça Cívica (Palácio do Governo), cujo tema central do protesto foi a denúncia do sucateamento e privatização da CELG e pela CPI de seu endividamento.
Estiveram presentes 500 pessoas do STIUEG, SINDQF, SINDIALIMENTO, ANDES, CONLUTE, DCE (estudantes) e Terra Livre, Sem Teto, Sem Terra e os sindicatos SINTEGO, SINTSEP, SINDFESP, SINDSAUDE, filiados à CUT, além da presença de dois parlamentares (PT e PC do B).
FONTE: CONLUTAS
Fotos: Diego Cruz (ato de São Paulo), CTB (ato de Porto Alegre e ato de Belém) e APN (ato do Rio de Janeiro)
Solidariedade ao MPRA
Nós da TERRA LIVRE, movimento popular do campo e da cidade, repudiamos a ação do INCRA-MG contra o MPRA [Movimento Popular Pela Reforma Agrária] que há mais de dois anos ocupa a fazenda Cabaça, um latifúndio que, segundo o próprio INCRA-MG, é improdutivo.
Agora, depois de tanto esforço das pessoas que estão na área para recuperá-la e tentarem, mesmo sem nenhum auxílio do governo, tirar dali o seu sustento, o INCRA marcou uma audiência de negociação e indica o despejo das famílias para retornar a posse da fazenda à proprietária.
A audiência acontecerá no dia 01 de abril, às 13:00, no fórum de Uberlândia (MG). Neste dia da mentira, todos precisamos ir ao Fórum de Uberlândia desmascarar a Reforma Agrária de mercado do Governo Lula, que atende mais aos interesses dos latifundiários que do povo brasileiro.
Todo apoio ao MPRA!
Reforma Agrária sob o controle dos trabalhadores!
Terra Livre
Regional Triângulo Mineiro
(34) 8806 6625
terralivre.trmg@gmail.com
www.aterralivre.blogspot.com
Segue abaixo a nota do MPRA:
Nota de repúdio à ação do INCRA-MG
O Movimento Popular pela Reforma Agrária - MPRA, ocupa a área da fazenda Cabaça, no município de Uberlândia ha aproximadamente 2 anos. A fazenda foi vistoriada pelo Incra e o laudo indicou sua improdutividade. Confiantes de que seriam assentadas ali, as 35 famílias iniciaram o cultivo da terra. Plantaram cará, mandioca, milho, hortaliças, num total de 10 hectares. A proprietária da fazenda questionou o laudo do Incra e após uma "negociação" forjada conseguiu alterá-lo indicando a fazenda como área produtiva. Agora, depois de tanto esforço das pessoas que estão na área para recuperá-la e tentarem, mesmo sem nenhum auxílio do governo, tirar dali o seu sustento, o Incra marcou uma audiência de negociação e indica o despejo das famílias para retornar a posse da fazenda à proprietária. A audiência acontecerá no dia 01 de abril, às 13:00, no fórum de Uberlândia-Mg. O MPRA denuncia este ato de desrespeito e indignidade do poder público e conclama à sociedade nesta campanha para desmascarar a falsa Reforma Agrária do governo federal e o atrelamento do Incra-Mg com os interesses dos latifundiários.
saudações revolucionárias,
Movimento Popular pela Reforma Agrária
ENVIE NOTAS DE APOIO AO MPRA PARA:
E-Mail do MPRA: gentedaterra@gmail.com
E-Mail do INCRA-MG: comunicacao@bhe.incra.gov.br
INCRA NACIONAL: presidencia@incra.gov.br
domingo, 29 de março de 2009
Polícia prende jagunços
Nota à imprensa
Na madrugada do dia 22 de março 80 famílias ligadas à TERRA LIVRE ocuparam a Fazenda Guarany, um grande latifúndio na Cidade de Goiás.
Felizmente neste caso a policia agiu rápido e prendeu os três jagunços quarta dia 25/03.
Coordenação Estadual/GO
Terra Livre
(062) 3093-7572
www.aterralivre.blogspot.com
terralivre.go@gmail.com
Essa crise não é nossa!
Lutar pra não pagar a crise dos ricos
A ganância dos ricos está levando o mundo à crise mais uma vez. Para salvar os seus privilégios, banqueiros, “investidores”, especuladores e grandes empresários se apropriam mais das riquezas da nossa sociedade. Os governos, o parlamento e a Justiça, defendendo os ricos, retiram os direitos dos trabalhadores e gastam todo o dinheiro público com os pacotes “para contornar a crise”. Desde setembro, foram centenas de bilhões de reais que o governo Lula deu aos bancos e empresas multinacionais, os mesmos que vão aprofundar a crise e desempregar.
Para a grande massa dos trabalhadores resta se defender ocupando terra para produzir, terrenos para morar, fazendo greves para não ficar desempregado ou sem aposentadoria. Mas não basta se defender! Dos trabalhadores é que virá a verdadeira saída para a crise. Com a nossa auto-organização, através dos movimentos sociais, nós podemos impor aos governos que os recursos públicos sejam usados para empregar, garantir os direitos trabalhistas, em educação e saúde. Podemos impor a reforma agrária que pode baratear o alimento e devolver a terra que é de todos, é do povo brasileiro. Organizados, podemos transformar a cidade, onde todos podem morar com dignidade, trabalhar e se divertir, e onde podemos fazer a indústria produzir para o bem de todos, e não para a exploração e lucros exorbitantes da burguesia.
Essas são as formas de acabar com a crise e evitar as próximas, com igualdade e justiça social e uso consciente dos nossos recursos, construindo o socialismo. E isso só ocorre com a organização e ação dos trabalhadores, no movimento social cotidiano, distribuindo as riquezas e construindo uma terra sem classe dominante. UMA TERRA LIVRE!
A Terra Livre participa da jornada nacional de lutas no dia 30 de Março em manifestações em:
Goiânia
Manhã – Ato às 9 horas na Pça. Bandeirante, com passeata até a FIEG
Manifestação em frente ao Governo do Estado contra a privatização da CELG
Uberlândia
Ato unificado, do qual participarão a CONLUTAS, CUT, CTB, FORÇA SINDICAL, TERRA LIVRE, MPRA, MST, entre outras entidades e movimentos. Concentração às 15 horas na Praça Tubal Villela, no Centro da cidade.
Ouro Preto
Dia de lutas
São Paulo
10 horas – Ato unificado na Avenida Paulista
ESSA CRISE NÃO É NOSSA!
Nota de repúdio à ação do INCRA-MG
O Movimento Popular pela Reforma Agrária - MPRA, ocupa a área da fazenda Cabaça, no município de Uberlândia ha aproximadamente 2 anos. A fazenda foi vistoriada pelo Incra e o laudo indicou sua improdutividade. Confiantes de que seriam assentadas ali, as 35 famílias iniciaram o cultivo da terra. Plantaram cará, mandioca, milho, hortaliças, num total de 10 hectares. A proprietária da fazenda questionou o laudo do Incra e após uma "negociação" forjada conseguiu alterá-lo indicando a fazenda como área produtiva. Agora, depois de tanto esforço das pessoas que estão na área para recuperá-la e tentarem, mesmo sem nenhum auxílio do governo, tirar dali o seu sustento, o Incra marcou uma audiência de negociação e indica o despejo das famílias para retornar a posse da fazenda à proprietária. A audiência acontecerá no dia 01 de abril, às 13:00, no fórum de Uberlândia-Mg. O MPRA denuncia este ato de desrespeito e indignidade do poder público e conclama à sociedade nesta campanha para desmascarar a falsa Reforma Agrária do governo federal e o atrelamento do Incra-Mg com os interesses dos latifundiários.
saudações revolucionárias,
Movimento Popular pela Reforma Agrária
quinta-feira, 26 de março de 2009
Mudança no Plano Diretor é marca da gestão em favor das corporações
Todos às ruas!
- Contra as demissões, medida provisória emergencial que garanta estabilidade no emprego!
Conlutas
Ocupação na Fazenda Guarany organizada pelo Terra Livre em Goiás
Cerca de 80 Famílias organizadas pelo Movimento Terra Livre ocuparam a Fazenda Guarany, na Cidade de Goiás. A fazenda têm aproximadamente 2.000 mil Há. A ocupação se deu na madrugada de domingo.
O objetivo da ocupação é cobrar do INCRA agilidade na obtenção de Terras realizando novas vistorias, tendo em vista que no ano de 2008 o INCRA, não cumpriu as metas de assentar 3.000 mil famílias.
Na avaliação do movimento o INCRA, não assentou nem uma famílias nova, porque das 430 famílias anunciadas, 4.000 foram reposição nas parcelas retomadas, 130 Famílias estão na condição de Pré-Assentamento porque estão morando em barracos de lona e não receberam nem o crédito inicial.
Contato: Zelito (062) 8412 6373.
Coordenação Estadual/GO
Mov. Terra Livre
MOVIMENTO TERRA LIVRE
Rua: 237 n° 525 sala 01 Q.92, lt. 12/14
St. Leste universitário, CEP: 74605-160
Fone fax: (062) 3093-7572/
terralivre.go@gmail.com
Greve geral na França mobiliza entre 1,2 milhão a 3 milhões de pessoas
Greve geral mobiliza centenas de milhares na França
Daniela Fernandes - BBC Brasil
Centenas de milhares de pessoas saíram às ruas da França nas mais de 200 manifestações organizadas para reivindicar a adoção de medidas para proteger o emprego e melhorar o poder aquisitivo, na segunda greve geral convocada em menos de dois meses.
Os protestos desta quinta-feira reuniram, segundo a polícia, 1,2 milhão de pessoas - mais do que na última greve geral, realizada em 29 de janeiro. Na ocasião, a polícia calculou em um milhão o total de participantes.
Os sindicatos, porém, alegam que a paralisação desta quinta-feira mobilizou três milhões de pessoas - 500 mil a mais do que em janeiro, de acordo com os organizadores.
Paris, Marselha e Grenoble estão entre as cidades em que houve grandes passeatas nesta quinta-feira.
Transporte e educação
A greve geral afetou principalmente o transporte ferroviário, com 36% de grevistas, segundo a estatal SNCF, e o setor da educação, que registra 30% dos professores em greve, de acordo com o governo.
A greve também atingiu vários outros setores. Na France Télécom, o número de grevistas totaliza 25%, segundo a direção da empresa de telecomunicações. Na estatal de eletricidade EDF, o total é de 17,5%, também de acordo com a empresa.
Os metrôs e ônibus em Paris foram menos afetados do que o sistema ferroviário. De acordo com a empresa que opera os ônibus e o metrô da capital, o número de grevistas é de 12%.
No aeroporto de Orly, nos arredores de Paris, 30% dos voos foram cancelados nesta quinta. O aeroporto Charles de Gaulle foi menos atingido pela greve, com 10% de voos suspensos, de acordo com a direção dos aeroportos.
O clima de tensão social é crescente na França. Desde a greve no final de janeiro, a situação se deteriorou ainda mais no país em razão de vários novos planos de demissões anunciados pelas empresas.
O desemprego na França já atinge 2,2 milhões de pessoas, o equivalente a 8,2% da população ativa. Em janeiro, o número de novos desempregados, 90 mil, foi o maior já registrado em apenas um mês.
Como em janeiro, a greve desta quinta-feira conta com uma forte presença de trabalhadores do setor privado, fato até então atípico em greves na França, normalmente realizadas por funcionários públicos.
Trabalhadores das montadoras Peugeot Citroën e da Renault, além de empregados do Carrefour, Total, Rhodia e Saint Gobain, entre outras companhias, também participam dos protestos em Paris.
Por outro lado, o funcionalismo público teria tido uma participação menor nas manifestações desta quinta-feira do que em janeiro.
Sem novas medidas
O governo francês descartou, no entanto, a possibilidade de anunciar novas medidas sociais.
Após a paralisação de janeiro, o presidente francês, Nicolas Sarkozy, convocou os sindicatos para uma reunião, realizada em fevereiro.
Após o encontro, o presidente anunciou um pacote de 2,6 bilhões de euros, que inclui reduções fiscais para a classe média, novos benefícios sociais para famílias de baixa renda e medidas para estimular a criação de empregos para jovens.
O primeiro-ministro, François Fillon, afirmou na segunda-feira que o governo não pretende liberar novas quantias para não aumentar a dívida pública.